domingo, 27 de abril de 2014

Falso Arco-íris



No começo desse mês recebi a informação através de um colega sobre uma morte em São Paulo que me pegou de surpresa, não porque fossem de pessoas próximas até porque não eram mas a forma como tudo aconteceu e o contexto da coisa, são quase um convite a uma reflexão sobre certos aspectos da "vida gay".

Dois corpos mortos num quarto de motel, vestígios do uso de drogas e sim, eram gays, um casal de namorados. Um deles matou o companheiro e em seguida cometeu suicídio. Pelo que soube eram jovens e seguiam um perfil conhecido na cena gay: casal aberto, orgias, festas, drogas, corpos perfeitos, moldados em academia, roupas de grife e perfumes caros. Nada incomum num mundo onde a futilidade é presente, o culto ao corpo é inevitável, e na maioria das vezes você vale mais pelo que tem ou aparenta ter do que pelo que realmente é.

A pedido não vou revelar nomes e nem me estender muito nos comentários, mas o fato é que poderia ser eu, você, ou qualquer conhecido. Dividas, um "amor" desregrado e essa necessidade de se sobrepor sobre o outros. Até quando? O problema não são as relações abertas, as drogas, as orgias ou a futilidade, mas sim a intensidade e a profundidade de tudo isso.

Precisamos ter cuidado não só com o que temos, mas com quem andamos e o que fazemos. Minha intenção aqui não é julgar a relação aberta de ninguém, ou orgias ou essa mania de comprar roupas caras como uma forma de chamar a atenção, ser aceito ou desejado ~ tudo futilidade, e que sabemos não leva a lugar algum.
A falta de regras, de respeito, seja com você ou com quem está ao seu lado, esse e o problema.
Ser gay não é ser fútil, muito menos afundar sua vida tentando ser algo que não é, ou pulando de balada em balada, entre bebidas e drogas, tentando saciar uma necessidade que não se preenche nesse tipo de local, isso é burrice.

Enfim, que historias tristes como essas não se repitam, que a nova geração de gays seja mais aberta a pluralidade de formas, de raças, de corpos, de amores e de pessoas. Que a futilidade e vaidade, intensas e extensas do mundo em geral seja ele gay ou não, não derrube outras vítimas.





Fonte: http://www.paramocinhos.com.br/